quinta-feira, 17 de setembro de 2015


SISTEMA RESPIRATÓRIO


O aparelho respiratório é constituído pelos pulmões e um sistema de tubos que comunicam o parênquima pulmonar com o meio exterior. O sistema respiratório pode ser compreendido por uma porção condutora que são as fossas nasais, nasofaringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos, e uma porção respiratória onde ocorrem as trocas de gases, constituída pelos bronquíolos respiratórios, duetos alveolares e alvéolos. Os alvéolos são estruturas de paredes muito delgadas, que facilitam a troca do gás carbônico do sangue pelo oxigênio do ar inspirado.

Além de possibilitar a entrada e a saída de ar, a porção condutora exerce as importantes funções de limpar, umedecer e aquecer o ar inspirado, para proteger o delicado revestimento dos alvéolos pulmonares. A mucosa da parte condutora é revestida por um epitélio especializado, o epitélio respiratório.

Epitélio respiratório

A maior parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado pseudoestratificado colunar com muitas células caliciformes, denominado epitélio respiratório.

Mostra os componentes do epitélio respiratório (pseudoestratificado ciliado com células caliciformes). Junqueira & Carneiro, Histologia Básica, Texto e Atlas – 12º edição.


 Fossas Nasais

As fossas nasais são histologicamente divididas em três regiões: a área vestibular, área respiratória e a área olfatória. Em virtude disso, as fossas são revestidas por mucosa em diferentes regiões.
A área vestibular é uma região anterior das fossas nasais a qual aquece, lubrifica e comunica as vias respiratórias com o meio externo. Nesta região a mucosa de revestimento é formada pelo epitélio estratificado pavimentoso e uma lâmina própria rica em fibras colágenas conferindo grande resistência.
A área respiratória corresponde a maior parte das fossas nasais revestida por uma mucosa contendo epitélio tipo respiratório, o epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. A produção de muco e o batimento ciliar são responsáveis pela eliminação de impurezas e lubrificação das vias respiratórias.
A área olfatória apresenta-se revestida por um epitélio especializado na captação de estímulos olfativos. O epitélio que reveste esta mucosa contém células nervosas (neurônios bipolares) interpostos com células cilíndricas ciliadas e arredondadas basais.


O septo nasal é uma região de cartilagem hialina que sustenta as fossas nasais e divide em dois compartimentos simetricamente semelhantes.

1- Cartilagem hialina do septo nasal

Seios Paranasais
Os seios paranasais são cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmóide e esfenóide revestidas por epitélio respiratório do tipo pseudo-estratificado cilíndrico ciliado, contínuo com o epitélio que reveste as cavidades nasais. Os seios apresentam um mecanismo de drenagem chamado de clareamento ciliar, que tem por função levar as secreções até a cavidade nasal, através dos óstios.




Nasofaringe

É a primeira parte da faringe, continuando caudalmente com a orofaringe, porção oral desse órgão. A nasofaringe, que é separada incompletamente da orofaringe pelo palato mole, é revestida por epitélio respiratório tipo pseudoestratificado cilíndrico ciliado. Na orofaringe o epitélio é estratificado pavimentoso.

http://www.telmeds.org/atlas/embriologia/desarrollo-embrionario/cara-y-cuello/segundo-arco-faringeo-y-cartilago-de-reichert/

Figura 1a. Corte histológico de tonsila faríngea revestida por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes - HE. Aumento de 200 vezes.
Figura 1b. Corte histológico de tonsila faríngea revestida por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado - HE. Aumento de 200 vezes.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000500002




Laringe

É um tubo de forma irregular que une a faringe à traquéia. Suas paredes contêm cartilagens irregulares que tem por função garantir a livre passagem do ar. As cartilagens maiores entre elas a tireóide, cricóidea e aritenóidea são do tipo hialino e as demais são do tipo elástico. A epiglote é um prolongamento que se estende da laringe na direção da faringe.

A mucosa forma dois pares de pregas vestibulares. O primeiro par, superior, constitui as falsas cordas vocais (ou pregas vestibulares); o segundo par, inferior, constitui as cordas vocais verdadeiras, que apresentam tecido conjuntivo muito elástico.

O epitélio é do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado. Nas demais regiões é do tipo respiratório, com presença de cílios. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e contém pequenas glândulas mistas. 

 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-68912013000200010&script=sci_arttext

http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm

http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm

http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm

Traqueia

A traqueia é uma continuação da laringe e termina ramificando-se nos dois brônquios principais. É um tubo revestido internamente por epitélio do tipo respiratório. A lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas e contém glândulas serosas e mucosas.

A secreção forma um tubo viscoso, que é levado em direção à faringe pelos batimentos ciliares, para remover partículas de pó que entram com o ar inspirado. Além da barreira de muco, as vias respiratórias apresentam outro sistema de defesa representado pela barreira linfocitária.

A traqueia apresenta um número variável (16 a 20) de cartilagens hialinas, em forma de C, cujas extremidades livres estão voltadas para o lado posterior. Ligamentos fibroelásticos e feixes de músculo liso prendem-se ao pericôndrio e unem às porções abertas das peças cartilaginosas em forma de C. A traqueia é revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo constituindo a camada adventícia.


Ep: epitélio, TC:Tecido Conjuntivo,C:condrócitos,Ms:matriz,P:pericôndrio
http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm

http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm

http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm



Brônquios
A estrutura dos brônquios primários é idêntica à da traqueia, exceto em que o diâmetro dos brônquios é menor e sua parede é mais delgada. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Segue-se à mucosa uma camada muscular lisa, formada por feixes musculares dispostos em espiral que circundam completamente o brônquio.

As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo contendo grande quantidade de fibras elásticas. A camada adventícia, continua com as fibras conjuntivas do tecido pulmonar adjacente. Tanto na adventícia como na mucosa são frequentes os acúmulos de linfócitos. 




Bronquíolos
Os bronquíolos não possuem cartilagem em sua parede, têm menos de 1 mm de diâmetro e possuem células de Clara em seu revestimento epitelial. O epitélio, nas porções iniciais é cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. As células caliciformes diminuem em número, podendo mesmo faltar completamente.


Bronquíolos Terminais
São as últimas porções da árvore brônquica. Têm estrutura semelhante à dos bronquíolos, tendo uma parede mais delgada que é revestida internamente por epitélio colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas. Sua delgada lâmina própria possui tecido conjuntivo fibroelástico e é envolvida por uma ou duas camadas de células musculares lisas.

Bronquíolos Respiratórios
            Formam a transição entre a porção condutora e respiratória possuindo numerosas expansões constituídas por alvéolos, onde ocorrem trocas de gases.

Ductos alveolares
            São arranjos lineares de alvéolos. São revestidos por epitélio simples plano cujas células são extremamente delgadas. Nas bordas dos alvéolos, a lâmina própria apresenta feixes de músculo liso. Os ductos alveolares mais distais não apresentam músculo liso. Terminam em uma bolsa em fundo cego com dois ou mais pequenos grupos de alvéolos, cada grupo sendo denominado saco alveolar.




Alvéolo
            Constituem as últimas porções da árvore brônquica, sendo os responsáveis pela estrutura esponjosa do parênquima pulmonar. A parede interalveolar é formada por três tipos celulares principais: células endoteliais dos capilares, pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:




GARTNER, L. P. & HYATT. Tratado de Histologia em Cores. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

JUNQUEIRA, L. C. U. Histologia Básica - 12ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.




                                               SISTEMA CIRCULATÓRIO

O coração é o principal componente do sistema circulatório. Ele é um órgão muscular que se contrai ritmicamente, enquanto bombeia o sangue pelo sistema circulatório. Também é responsável pela produção de um hormônio chamado fator natriurético atrial. Sua paredes são constituídas de três túnicas: a interna, ou endocárdio; a média, ou epicárdio; e a externa, ou pericárdio. A região central fibrosa do coração, chamada impropriamente de esqueleto fibroso, serve de ponto de apoio para as válvulas, além de ser também local de origem e inserção das células musculares cardíacas.






      O coração possui células especiais capazes de se auto-excitarem, além de possuírem um sistema de condução especializado que propaga o impulso rítmico pelo coração. Esse sistema de condução é mostrado na figura abaixo, onde está representada as fibras de Purkinje em (A- menor aumento e B- maior aumento, com miofibrilas observáveis localizadas na periferia da célula). As fibras de Purkinge são interligadas por junções Gap, o que desencadeia uma maior velocidade de propagação do impulso rítmico nessas fibras, além da presença de muitas mitocôndrias, proveniente do grande gasto energético neste local.









                                                             
                                                                       VASOS LINFÁTICOS


              
                                         
A estrutura dos vasos linfáticos é semelhante à das veias , exibindo uma camada média reforçada por músculo liso. Estes feixes musculares se organizam nas direções longitudinal e circular, com predominância de fibras longitudinais. A adventícia é relativamente pouco desenvolvida. Como as artérias e as veias, os dutos linfáticos de grande porte também contêm vasa vasorum e uma rica rede neural.
A figura acima mostra dois vasos linfáticos pequenos (VL). O vaso do topo está cortado longitudinalmente e mostra uma válvula, que é a estrutura responsável pelo fluxo unidirecional da linfa. A seta cheia mostra a direção do fluxo da linfa e a linha pontilhada mostra como as válvulas evitam refluxo unidirecional da linfa. A parede deste vaso é muito delgada.
                                                                                  
                                                             


                                       

                                                                 CÉLULAS DO SANGUE

O sangue é um tecido conjuntivo líquido, produzido na medula óssea vermelha, que flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados. É um dos três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos sanguíneos. 
No sangue encontramos o plasma sangüíneo, responsável por 66% de seu volume, além dos eritrócitos ou hemácias, dos leucócitos e das plaquetas, responsáveis por aproximadamente 33% de sua composição.
A maior parte do plasma sanguíneo é composta por água (93%). Nos 7% restantes encontramos: oxigênio, glicose, proteínas, hormônios, vitaminas, gás carbônico, sais minerais, aminoácidos, lipídios, uréia, etc.
Os glóbulos vermelhos, também conhecidos como eritrócitos ou hemácias, transportam o oxigênio e o gás carbônico por todo o corpo.  Essas células duram aproximadamente 120 dias, após isso, são repostas pela medula óssea.
O glóbulos brancos, também chamados de leucócitos, são responsáveis pela defesa de nosso corpo. Eles protegem nosso organismo contra a invasão de microorganismos indesejados (vírus, bactérias e fungos).
As plaquetas são fragmentos de células, presentes no sangue, que realizam a coagulação, evitando assim sua perda excessiva de sangue (hemorragia).



Glóbulos vermelhos do sangue: eritrócitos ou hemácias.
                                         





 Os eritrócitos ou hemácias dos mamíferos são anucleados e contém grande quantidade de hemoglobina, proteína transportadora de oxigênio. Possuem forma de disco côncavo em humanos.







 


       
Glóbulos brancos do sangue: leucócitos

Os leucócitos são incolores, de forma esférica quando em suspensão no sangue, e participam das defesas celulares e imunocelulares do orgnismo. São classificados em dois grupos, os granulócitos ou polimorfonucleares e os agranulócitos
Os granulócitos são ainda divididos em neutrófilos e eosinófilos e basófilos. E os agranulócitos são divididos em linfócitos e monócitos.
                                                                                 



                                      Neutrófilo

Neutrófilos ou  leucócitos polimorfonucleares possuem núcleos formados por dois a cinco lóbulos (mais frequentemente três lóbulos) ligados entre si por finas pontes de cromatina. As células não muito jovens tem núcleo não segmentado em lóbulos. O citoplasma do neutrófilo apresenta principalmente dois tipos de granulações: os grânulos específicos, muito finos, e os grânulos azurófilos (lisossomos). Ao microscópio eletrônico os grânulos azurófilos são maiores e mais elétron-densos do que os grânulos específicos. O neutrófilo é uma célula em estágio final de diferenciação.




Eusinófilo




 A característica que identifica o eosinófilo é a presença de granulação ovóides que se coram pela eosina (granulação acidófilas).


                                       


                                          Neutrofilo (esquerda)/Basófilo (direita)

O basófilo possui núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular, reralmente com o aspecto da letra S. Possui citoplasma carregado de grânulos maiores do que os dos outros granulócitos, os quais muitas vezes obscurecem o núcleo. Seus grânulos são muito eletro-densos e frequentemente contêm filamentos ou partículas alongadas. Possuem membrana plasmáticacom receptores de imunoglobulina E. Na figura acima é possível visualizar a esquerda um neutrófilo e à direita um basófilo.






                                          Linfócito
                                        
Os linfócitos são células esféricas de tamanhos variáveis. O linfócito pequeno é o mais abundante no sangue, tem núcleo esférico, às vezes com uma chafradura. Sua cromatina se dispõe em grumos grosseiros, de modo que o núcleo aparece escuro no preparados usuais, como mostrado acima. Possuem citoplasma pequeno e muito escasso. Apresentam basofilia discreta, corando-se com azul claro. Pode conter grânulos azurófilos, que não são exclusivos dos linfócitos pois aparecem também nos linfócitos e granulócitos. Podem ser seprados em dois tipos principais, linfócitos T e B.






                                                                                   
                                                                                    Monócitos
Os monócitos possuem núcleo ovoide. A cromatina aparece em arranjo mais frouxo e delicado do que nos linfócitos,seu núcleo é mais claro do que o dos linfócitos. Possui citoplasma basófilo e contém grânulos azurófilos (lisossomos) muito finos. O citoplasma do monócito possui pequena quantidade de polirribossomo e retículo endoplasmático rugoso pouco desenvolvido. Há muitas mitocôndrias pequenas e o aparelho de Golgi é grande. Sua superfície celular possui muitas microvilosidades e vesículas de pinocitose.








                                             Plaqueta
                                            
As plaquetas são corpúsculos anucleados, com forma de disco, são derivadas de células gigantes e polipeptídeosda medula óssea, os megacariócitos. As plaquetas possuem um sistema de canais, o sistema canalicular aberto, indicado na figura acima, que se comunica com invaginações da membrana plasmática da plaqueta. Assim o interior da plaqueta se comunica livremente com sua superfície. O granulômero mais escuro possui uma variedade de grânulos delimitados por membrana, algumas mitocôndrias e grânulos de glicogênio.



Capilares

Sofrem variações na sua estrutura que os adaptam para exercer diferentes níveis de trocas metabólicas entre o sangue  e os tecidos. São compostas por única amada de células epiteliais que são poligonais com eixo orientado na direção do fluxo sanguínea. Estas células repousam em uma lamina basal, cuja os componentes moleculares são produzidos pelas células endoteliais, que se prendem lateralmente umas as outras por zônulas de oclusão.
Grupos de capilares:
1 – capilar contínuo e somático:não possui fenestras em suas paredes. Encontrados em todos os tecidos musculares, conjuntivos, glândulas exócrinas e tecido nervoso.
2 – capilar fenestrado ou visceral: apresenta grandes orifícios ou fenestras nas paredes das células endoteliais, obstruídas por um diafragma que é mais delgado do que a membrana plasmática da célula. Encontram-se no rim, intestino e glândulas endócrinas.
3 – capilar fenestrado e destituído de diafragma: na altura das fenestras o sangue só está separado dos tecidos por uma lamina basal muito espessa e contínua. Característico do glomérulo renal.
4 – Capilar sinusoide: possui o maior diâmetro entre todos os capilares. Suas células endoteliais são separadas umas das outras formando uma camada descontínua. O citoplasma dessas células exibe fenestrações  múltiplas desprovidas de diafragma. A lamina basal é descontínua  e há presença de macrófagos entre as células endoteliais. São encontrados no fígado,medula óssea e baço.


Arteríolas

Possuem diâmetro menor que 0,5 mm e lúmen estrito. Nas que são muito pequenas não possuem lâmina elástica interna e camada média composta por células musculares lisas organizadas de forma circular. Não possuem lâmina elástica externa. As pequenas artérias continuam-se com arteríolas.

Artérias (musculares) Médias

Podem controlar o fluxo sanguíneo para vários órgãos.Possuem diâmetro médio e túnica média formada essencialmente por células musculares lisas. A camada íntima possui camada subendotelial um pouco mais espessa. A lâmina elástica interna é proeminente e a túnica média pode conter até 40 camadas de células. A lamina elástica externa, só está presente nas artérias musculares maiores. A adventícia consiste em tecido conjuntivo frouxo.


Grandes Artérias Elásticas
Estabilizam o fluxo sanguíneo, incluem a aorta e seus grandes ramos. Devido ao acúmulo de elastina na túnica média, apresentam cor amarelada. A íntima, rica em fibras elásticas é mais espessa. A túnica média consiste em uma série de laminas elásticas perfuradas e concêntricas que tornam o fluxo de sangue mais uniforme.

Corpos carotídeos

Pequenos quimiorreceptores sensíveis a concentração de dióxido de carbono e oxigênio no sangue, encontrados perto da bifurcação da artéria carótida comum. São ricamente irrigadas por vasos que envolvem as células tipo I, que armazém serotonina, adrenalina e dopmina em vesículas, e células do tipo II, que são de suporte.

Seios carotídeos
Representam pequenas dilatações nas artérias carótidas internas. Contém barorreceptores que detectam variações na pressão sanguínea. A camada média e mais delgada. A camada intima e a adventícia são muito ricas em terminações nervosas.

Anastomoses Arteriovenosas
Regulam o fluxo sanguíneo em certas regiões do corpo. São comunicações diretas entre arteríolas e vênulas. As mudanças de diâmetros destes vasos regulam a pressão sanguinea, fluxo, temperatura e conservação de calor em partes determinadas do corpo.

Vênulas pós capilares
Com diâmetro de 0,2 a 1 mm e parede formada apenas por uma camada de células endoteliais, em volta das quais se situam células pericíticas contráteis. Participam em processos inflamatórios. A maioria é do tipo muscular.

Veias
A maioria apresentam pequeno ou médio diâmetro variando entre 1 a 9 mm. A intima possui camada subendotelial fina. A túnica média consiste em pequenas células musculares lisas entremeadas com fibras reticulares e rede delicada de fibras elásticas. A túnica adventícia é rica em colágeno e é bem desenvolvida.
As grandes veias com uma túnica intima bem desenvolvida e a média pouco desenvolvidas co poucas camadas celulares e musculares lisas. A túnica adventícia é a mais desenvolvida contendo feixes musculares de músculo liso. possuem vávulas em seu interior constituídas em dobras da túnica intima, em forma de meia lua projetando-se para o interior da luz do vaso. São compostas de tecido conjuntivo ricos em fibras elásticas  e revestidas em ambos os lados por endotélio.



                                                        REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livro: HISTOLOGIA BÁSICA - 10ª Edição 2004 - Luiz Carlos Uchoa Junqueira, José Carneiro
Site: http://www.icb.usp.br/mol/11-27-circ.html
Site: http://www.todabiologia.com/anatomia/sangue.htm


SISTEMA URINÁRIO


Introdução
O aparelho urinário é formado pelos dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra. A urina é produzida nos rins, passa pelos ureteres até a bexiga e é lançada ao exterior pela uretra. Esse aparelho contribui para a manutenção da homeostase, produzindo a urina, por meio da qual são eliminados diversos resíduos do metabolismo e água, eletrólitos e não eletrólitos em excesso no meio interno.

Rins
O rim apresenta uma borda convexa e outra côncava, na qual se situa o hilo, onde entram e saem vasos sanguíneos, entram nervos e saem os ureteres. O hilo contém também tecido adiposo e os dois ou três cálices, que se reúnem para formar a pélvis renal, parte superior, dilatada, do ureter. O rim é constituído pela cápsula, de tecido conjuntivo denso, a zona cortical e a zona medular.

A zona medular é formada por 10 a 18 pirâmides medulares (de Malpighi), cujos vértices provocam saliência nos cálices renais. Essas saliências são as papilas, sendo cada uma delas perfurada por 10 a 25 orifícios (área crivosa). Da base de cada pirâmide partem os raios medulares, que penetram a cortical.

Cada lobo renal é formado por uma pirâmide e pelo tecido cortical que recobre sua base e seus lados. Um lóbulo é constituído por um raio medular e pelo tecido cortical que fica ao seu redor, delimitado pelas artérias interlobulares.

Cada túbulo urinífero do rim é composto por duas porções funcionais e embriologicamente distintas, o néfron e o túbulo coletor. O néfron é formado por uma parte dilatada, o corpúsculo renal ou de Malpighi, pelo túbulo contorcido proximal, pelas partes delgada e espessa da alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal. O túbulo coletor conecta o túbulo contorcido distal aos segmentos corticais ou medulares dos duetos coletores. Cada túbulo urinífero é envolvido por uma lâmina basal, que se continua com o escasso conjuntivo do rim.

O corpúsculo renal é formado por um tufo de capilares, o glomérulo, que é envolvido pela cápsula de Bowman. A cápsula contém dois folhetos, um interno, ou visceral, junto aos capilares glomerulares, e outro externo, ou parietal, que forma os limites do corpúsculo renal. Entre os dois folhetos da cápsula de Bowman existe o espaço capsular, que recebe o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral da cápsula.

Cada corpúsculo renal tem um polo vascular pelo qual penetra a arteríola aferente e sai a arteríola eferente, e um polo urinário, no qual tem início o túbulo contorcido proximal.

O folheto externo ou parietal da cápsula de Bowman é constituído por um epitélio simples pavimentoso, que se apoia na lâmina basal e em uma fina camada de fibras reticulares.

As células do folheto interno modificam-se durante o desenvolvimento embrionário, adquirindo características próprias. Essas células são chamadas de podócitos e formadas pelo corpo celular, de onde partem diversos prolongamentos primários que dão origem aos
prolongamentos secundários. Os podócitos contêm actina, apresentam mobilidade e localizam-se sobre uma membrana basal. Seus prolongamentos envolvem completamente o capilar, e o contato com a membrana basal é feito pelos prolongamentos secundários.
Os podócitos se prendem à membrana basal por meio das proteínas denominadas integrinas.

Entre os prolongamentos secundários dos podócitos existem espaços denominados fendas de filtração, fechados por uma membrana com cerca de 6 nm de espessura constituída pela proteína nefrina que se liga transmembrana com os filamentos citoplasmáticos de actina dos podócitos.

Os capilares glomerulares são do tipo fenestrado, sem diafragmas nos poros das células endoteliais. Há uma membrana basal entre as células endoteliais e os podócitos. Essa espessa membrana basal (fusão das membranas basais do endotélio e dos podócitos) é a barreira de filtração glomerular. A membrana basal glomerular é constituída por três camadas: a lâmina rara interna; a lâmina densa; e a lâmina rara externa.

Além das células endoteliais e dos podócitos, os glomérulos contêm as células mesangiais mergulhadas em uma matriz mesangial. Há pontos em que a lâmina basal não envolve toda a circunferência de um só capilar, constituindo uma membrana comum a duas ou mais alças capilares. É principalmente nesse espaço entre os capilares que se localizam as células mesangiais. As células mesangiais são contráteis e têm receptores para angiotensina II. A ativação desses receptores reduz o fluxo sanguíneo glomerular.

As células mesangiais têm ainda outras funções: garantem suporte estrutural ao glomérulo, sintetizam a matriz extracelular, fagocitam e digerem substâncias normais e patológicas (complexos de antígenos com anticorpos, por exemplo) retidas pela barreira de filtração e produzem moléculas biologicamente ativas, como prostaglandinas e endotelinas. As endotelinas causam contração da musculatura lisa das arteríolas aferentes e eferentes do glomérulo.

No polo urinário do corpúsculo renal, o folheto parietal da cápsula de Bowman se continua com o epitélio cuboide ou colunar baixo do túbulo contorcido proximal.

As células do túbulo proximal têm o citoplasma basal fortemente acidófilo em razão de
numerosas mitocôndrias alongadas. O citoplasma apical apresenta microvilos, que formam a orla em escova. Como essas células são largas, em cada corte transversal de um túbulo proximal aparecem apenas três a quatro núcleos esféricos. Os limites entre as células desses túbulos são dificilmente observados ao microscópio óptico, pois elas têm prolongamentos laterais que se interdigitam com os das células adjacentes.

O citoplasma apical das células dos túbulos proximais contém canaliculos que partem da base dos microvilos e aumentam a capacidade de o túbulo proximal absorver macromoléculas. Nos canalículos se formam vesículas de pinocitose, que introduzem na célula macromoléculas que atravessaram a barreira de filtração glomerular.

Na sua parte basal, essas células apresentam abundantes mitocôndrias e prolongamentos laterais que se interdigitam com os das células adjacentes. A localização das mitocôndrias
e o aumento da superfície da parte basal da membrana celular são características das células que transportam íons.

A alça de Henle é uma estrutura em forma de U que consiste em um segmento delgado interposto a dois segmentos espessos. Os segmentos espessos têm estrutura muito semelhante à do túbulo contorcido distal. Na parte mais externa da medula, o segmento espesso descendente da alça de Henle estreita-se e continua como a parte descendente delgada da alça. O lúmen deste segmento do néfron é largo, porque a parede da alça é formada por epitélio simples pavimentoso.A alça de Henle participa da retenção de água.

Após curto trajeto na cortical, a parte espessa da alça de Henle toma-se tortuosa e passa a se chamar túbulo contorcido distal, também revestido por epitélio cúbico simples.

Nos cortes histológicos, a distinção entre os túbulos contorcidos distais e os proximais, ambos encontrados na cortical e formados por epitélio cúbico, baseia-se nos seguintes dados: suas células são menores (maior número de núcleos em cada corte transversal), não têm orla em escova e são menos acidófilas (contêm menor quantidade de mitocôn- drias). As células dos túbulos distais têm invaginações da membrana basolateral nas quais se encontram mitocôndrias, características indicativas do transporte de íons.

O túbulo contorcido distal encosta-se no corpúsculo renal do mesmo néfron, e, nesse local, sua parede se modifica. Suas células tornam-se cilíndricas, altas, com núcleos alongados e próximos uns dos outros. A maioria dessas células tem o complexo de Golgi na região basal. Esse segmento modificado da parede do túbulo distal, que aparece escuro nos cortes corados (devido à proximidade dos núcleos de suas células), chama-se mácula densa. A mácula densa é sensível ao conteúdo iônico e ao volume de água no fluido tubular, produzindo moléculas sinalizadoras que promovem a liberação da enzima renina na circulação.

A urina passa dos túbulos contorcidos distais para os túbulos coletores, que desembocam em tubos mais calibrosos, os ductos coletores, que se dirigem para as papilas. Os túbulos coletores mais delgados são revestidos por epitélio cúbico. A medida que se fundem e se aproximam das papilas, suas células tornam-se mais altas, até se transformarem em cilíndricas. Em toda a sua extensão, os tubos coletores são formados por células com citoplasma que se cora fracamente pela eosina e cujos limites intercelulares são nítidos.

Próximo ao corpúsculo renal, a arteríola aferente (às vezes também a eferente) não tem membrana elástica interna e suas células musculares apresentam-se modificadas. Essas células são chamadas justaglomerulares ou células JG e têm núcleos esféricos e citoplasma carregado de grânulos de secreção. A mácula densa do túbulo distal geralmente se localiza próximo às células justaglomerulares, formando com elas um conjunto conhecido como aparelho justaglomerular.

Cada rim recebe sangue por uma artéria renal, que, antes de penetrar o órgão, divide -se geralmente em dois ramos. Um ramo irriga a parte anterior (ventral) e o outro a parte posterior (dorsal) do rim. Ainda no hilo, esses ramos dão origem às artérias interlobares que seguem entre as pirântides renais. Na altura da junção corticomedular (base das pirâmides), as artérias interlobares formam as arciformes, que seguem um trajeto paralelo à cápsula do órgão, percorrendo o limite entre medular e cortical. Das arciformes partem as artérias interlobulares, de curso perpendicular à cápsula do rim. As artérias interlobulares situam-se entre os raios medulares que, com a cortical adjacente, formam os lóbulos do
rim. Das artérias interlobulares originam-se as arteríolas aferentes dos glomérulos que levam sangue para os capilares glomerulares.

Destes capilares , o sangue passa para as arteríolas eferentes, que se ramificam novamente para formar a rede capilar peritubular, responsável pela nutrição e oxigenação da cortical, e pela remoção dos refugos do metabolismo. As arteríolas eferentes dos glomérulos situados próximo da medular (glomérulos justamedulares) formam também vasos longos e retilíneos que se dirigem no sentido da medular, onde se dobram e retornam para a cortical. Essas alças capilares constituem os vasos retos. O sangue dos vasos retos, já filtrado pelos glomérulos, fornece nutrientes e oxigênio à medular do rim. Os capilares da parte superficial da cortical reúnem-se para formar as veias estreladas. As veias estreladas se unem às interlobulares e estas vão formar as veias arciformes, que dão origem às veias interlobares. As veias interlobares convergem para formar a veia renal, pela qual o sangue sai de cada um dos rins.

O espaço entre os néfrons e os vasos sanguíneos e linfáticos se chama interstício renal. O interstício é muito escasso na cortical, mas aumenta na medular. O interstlcio contém pequena quantidade de tecido conjuntivo, com fibroblastos, algumas fibras colágenas e, principalmente na medula, uma substância fundamental muito hidratada e rica em proteoglicanos. No interstício da medula existem células secretoras chamadas células intersticiais, que contêm gotículas lipídicas no citoplasma e participam da produção de prostaglandinas e prostaciclinas.

Ureter
Os cálices, a pélvis , o ureter e a bexiga têm a mesma estrutura básica, embora a parede se torne gradualmente mais espessa no sentido da bexiga.

A mucosa é formada por um epitélio de transição e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo que varia do frouxo ao denso. As células mais superficiais do epitélio de transição são responsáveis pela barreira osmótica entre a urina e os fluidos teciduais.

A túnica muscular é formada por uma camada longitudinal interna e uma circular externa. A partir da porção inferior do ureter aparece uma camada longitudinal externa. Essas camadas musculares são mal definidas.

O ureter atravessa a parede da bexiga obliquamente, de modo que se forma uma válvula que impede o refluxo de urina. A parte do ureter colocada na parede da bexiga mostra apenas músculo longitudinal, cuja contração abre a válvula e facilita a passagem de urina do ureter para a bexiga.


As vias urinárias são envolvidas externamente por uma membrana adventícia, exceto a parte superior da bexiga, que é coberta por membrana serosa (peritônio).






 BEXIGA



A bexiga é o órgão responsável por armazenar urina até o momento em que a pressão se torna alta a ponto de induzir o impulso da micção. Sua mucosa também é uma barreira osmótica entre a urina e a lâmina própria (indicada em 2) A mucosa da bexiga tem muitas dobras que desaparecem quando ela fica distendida pela urina. Quando isso acontece, as células do epitélio de transição (indicado em 1) que são grandes, redondas e em forma de domo se tornam achatadas. A região triangular da bexiga, cujos ápices são os orifícios dos dois ureteres e da uretra, é denominado trígono.  A mucosa do trígono é sempre lisa e nunca forma dobras. A lâmina própria da bexiga pode ser subdividida em duas camadas: uma mais superficial, de tecido conjuntivo denso não modelado (indicado em 3), e uma camada mais profunda de tecido conjuntivo frouxo composto por uma mistura de fibras de colágeno e elásticas. A bexiga possui também camadas de músculo liso (indicado pelas setas), entrelaçadas, que só podem ser dissociadas na região do colo da bexiga. Neste local, elas estão dispostas em uma camada longitudinal interna, delgada, uma camada circular média, espessa, e uma camada longitudinal externa, delgada. A camada circular média forma o músculo do esfíncter interno em torno do orifício interno da uretra. A adventícia da bexiga é composta por tecido conjuntivo denso não modelado contendo uma quantidade generosa de fibras elásticas. Algumas regiões da adventícia estão cobertas por uma serosa, uma dobra do peritônio sobre a parede da bexiga, enquanto as outras regiões podem estar envolvidas por gordura.




URETRA

A uretra masculina possui aproximadamente 15 a 20 cm de comprimento e suas três regiões são nomeadas de acordo com as estruturas pelas quais ela passa. A uretra prostática, com 3 a 4 cm de comprimento, fica totalmente dentro da próstata. Ela é revestida por epitélio de transição e nela se abrem muitos pequenos dutos da próstata, o utrículo prostático (um homólogo rudimentar do útero) e o par de dutos ejaculadores. A uretra membranosa tem somente 1 a 2 cm de comprimento. Este segmento recebe este nome por passar pela membrana perineal (diafragma urogenital). Ela é revestida por epitélio colunar estratificado no qual estão dispersas áreas de epitélio colunar pseudoestratificado. A uretra esponjosa (uretra peniana), a porção mais longa da uretra (15 cm de comprimento), passa por toda a extensão do pênis, terminando na ponta da glande peniana como o orifício externo da uretra. Este segmento recebe seu nome por estar localizado no corpo esponjoso. Ele é revestido por epitélio colunar estratificado entremeado com áreas de epitélio colunar pseudoestratificado e pavimentoso estratificado não queratinizado. A porção terminal, dilatada, da uretra na glande peniana (a fossa navicular) é revestida por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. A lâmina própria (indicada em B) de todas as três regiões é composta por tecido conjuntivo fibroelástico com um rico suprimento vascular.  Ela contém numerosas glândulas de Littré (indicada em C), cuja secreção mucosa lubrifica o revestimento epitelial da uretra (indicado em A).



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CUI, D. Histología con correlaciones clínicas y funcionales. Ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2011.


GARTNER, L. P. & HYATT. Tratado de Histologia em Cores. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

JUNQUEIRA, L. C. U. Histologia Básica - 12ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.