SISTEMA RESPIRATÓRIO
O aparelho respiratório é constituído pelos
pulmões e um sistema de tubos que comunicam o parênquima pulmonar com o meio
exterior. O sistema respiratório pode ser compreendido por uma porção condutora
que são as fossas nasais, nasofaringe, laringe, traquéia, brônquios e
bronquíolos, e uma porção respiratória onde ocorrem as trocas de gases,
constituída pelos bronquíolos respiratórios, duetos alveolares e alvéolos. Os
alvéolos são estruturas de paredes muito delgadas, que facilitam a troca do gás
carbônico do sangue pelo oxigênio do ar inspirado.
Além de possibilitar a entrada e a saída de
ar, a porção condutora exerce as importantes funções de limpar, umedecer e
aquecer o ar inspirado, para proteger o delicado revestimento dos alvéolos
pulmonares. A mucosa da parte condutora é revestida por um epitélio
especializado, o epitélio respiratório.
Epitélio respiratório
A maior
parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado pseudoestratificado
colunar com muitas células caliciformes, denominado epitélio respiratório.
Mostra
os componentes do epitélio respiratório (pseudoestratificado ciliado com
células caliciformes). Junqueira & Carneiro, Histologia Básica, Texto e
Atlas – 12º edição.
As fossas nasais
são histologicamente divididas em três regiões: a área vestibular, área
respiratória e a área olfatória. Em virtude disso, as fossas são revestidas por
mucosa em diferentes regiões.
A área
vestibular é uma região anterior das fossas nasais a qual aquece, lubrifica e
comunica as vias respiratórias com o meio externo. Nesta região a mucosa de revestimento
é formada pelo epitélio estratificado pavimentoso e uma lâmina própria rica em
fibras colágenas conferindo grande resistência.
A área respiratória
corresponde a maior parte das fossas nasais revestida por uma mucosa contendo
epitélio tipo respiratório, o epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado
com células caliciformes. A produção de muco e o batimento ciliar são
responsáveis pela eliminação de impurezas e lubrificação das vias
respiratórias.
A área olfatória
apresenta-se revestida por um epitélio especializado na captação de estímulos
olfativos. O epitélio que reveste esta mucosa contém células nervosas
(neurônios bipolares) interpostos com células cilíndricas ciliadas e
arredondadas basais.
O septo nasal é uma região de
cartilagem hialina que sustenta as fossas nasais e divide em dois
compartimentos simetricamente semelhantes.
1- Cartilagem hialina do septo nasal
Seios Paranasais
Os seios paranasais são cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmóide
e esfenóide revestidas
por epitélio respiratório do tipo pseudo-estratificado
cilíndrico ciliado, contínuo com o epitélio que reveste as cavidades
nasais. Os seios apresentam um mecanismo de drenagem chamado de clareamento
ciliar, que tem por função levar as secreções até a cavidade nasal, através dos
óstios.
Nasofaringe
É a primeira parte da faringe, continuando
caudalmente com a orofaringe, porção oral desse órgão. A nasofaringe, que é
separada incompletamente da orofaringe pelo palato mole, é revestida por
epitélio respiratório tipo pseudoestratificado cilíndrico ciliado. Na
orofaringe o epitélio é estratificado pavimentoso.
http://www.telmeds.org/atlas/embriologia/desarrollo-embrionario/cara-y-cuello/segundo-arco-faringeo-y-cartilago-de-reichert/
Figura 1a. Corte histológico de tonsila faríngea revestida por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes - HE. Aumento de 200 vezes.
Figura 1b. Corte histológico de tonsila faríngea revestida por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado - HE. Aumento de 200 vezes.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000500002
Laringe
É um tubo de forma irregular que une a
faringe à traquéia. Suas paredes contêm cartilagens irregulares que tem por
função garantir a livre passagem do ar. As cartilagens maiores entre elas a tireóide,
cricóidea e aritenóidea são do tipo hialino e as demais são do tipo elástico. A
epiglote é um prolongamento que se estende da laringe na direção da faringe.
A mucosa forma dois pares de pregas vestibulares.
O primeiro par, superior, constitui as falsas cordas vocais (ou pregas
vestibulares); o segundo par, inferior, constitui as cordas vocais verdadeiras,
que apresentam tecido conjuntivo muito elástico.
O epitélio é do tipo estratificado
pavimentoso não queratinizado. Nas demais regiões é do tipo respiratório, com presença
de cílios. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e contém pequenas
glândulas mistas.
http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm
http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm
http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm
Traqueia
A traqueia é uma continuação da laringe e termina ramificando-se nos dois
brônquios principais. É um tubo revestido internamente por epitélio do tipo
respiratório. A lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras
elásticas e contém glândulas serosas e mucosas.
A secreção
forma um tubo viscoso, que é levado em direção à faringe pelos batimentos
ciliares, para remover partículas de pó que entram com o ar inspirado. Além da
barreira de muco, as vias respiratórias apresentam outro sistema de defesa
representado pela barreira linfocitária.
A traqueia apresenta um número variável (16 a 20) de cartilagens hialinas, em forma de C,
cujas extremidades livres estão voltadas para o lado posterior. Ligamentos
fibroelásticos e feixes de músculo liso prendem-se ao pericôndrio e unem às
porções abertas das peças cartilaginosas em forma de C. A traqueia é revestida
externamente por um tecido conjuntivo frouxo constituindo a camada adventícia.
Ep:
epitélio, TC:Tecido Conjuntivo,C:condrócitos,Ms:matriz,P:pericôndrio
http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm
http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm
http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm
Brônquios
A estrutura dos brônquios primários é
idêntica à da traqueia, exceto em que o diâmetro dos brônquios é menor e sua
parede é mais delgada. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Segue-se à
mucosa uma camada muscular lisa, formada por feixes musculares dispostos em
espiral que circundam completamente o brônquio.
As peças cartilaginosas são
envolvidas por tecido conjuntivo contendo grande quantidade de fibras
elásticas. A camada adventícia, continua com as fibras conjuntivas do tecido
pulmonar adjacente. Tanto na adventícia como na mucosa são frequentes os
acúmulos de linfócitos.
Bronquíolos
Os bronquíolos não possuem cartilagem
em sua parede, têm menos de 1 mm de diâmetro e possuem células de Clara em seu
revestimento epitelial. O epitélio, nas porções iniciais é cilíndrico simples
ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. As células
caliciformes diminuem em número, podendo mesmo faltar completamente.
Bronquíolos Terminais
São as últimas porções da árvore
brônquica. Têm estrutura semelhante à dos bronquíolos, tendo uma parede mais
delgada que é revestida internamente por epitélio colunar baixo ou cúbico, com
células ciliadas e não ciliadas. Sua delgada lâmina própria possui tecido conjuntivo
fibroelástico e é envolvida por uma ou duas camadas de células musculares lisas.
Bronquíolos
Respiratórios
Formam a transição entre a porção condutora e respiratória possuindo numerosas
expansões constituídas por alvéolos, onde ocorrem trocas de gases.
Ductos alveolares
São arranjos lineares de alvéolos. São revestidos por epitélio simples
plano cujas células são extremamente delgadas. Nas bordas dos alvéolos, a
lâmina própria apresenta feixes de músculo liso. Os ductos alveolares mais distais
não apresentam músculo liso. Terminam em uma bolsa em fundo cego com dois ou mais
pequenos grupos de alvéolos, cada grupo sendo denominado saco alveolar.
Alvéolo
Constituem as últimas porções da
árvore brônquica, sendo os responsáveis pela estrutura esponjosa do parênquima
pulmonar. A parede interalveolar é formada por três tipos celulares principais:
células endoteliais dos capilares, pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II.
GARTNER, L. P. & HYATT. Tratado de Histologia em Cores. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
JUNQUEIRA, L. C. U. Histologia Básica - 12ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
GARTNER, L. P. & HYATT. Tratado de Histologia em Cores. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
JUNQUEIRA, L. C. U. Histologia Básica - 12ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.