quinta-feira, 17 de setembro de 2015


SISTEMA RESPIRATÓRIO


O aparelho respiratório é constituído pelos pulmões e um sistema de tubos que comunicam o parênquima pulmonar com o meio exterior. O sistema respiratório pode ser compreendido por uma porção condutora que são as fossas nasais, nasofaringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos, e uma porção respiratória onde ocorrem as trocas de gases, constituída pelos bronquíolos respiratórios, duetos alveolares e alvéolos. Os alvéolos são estruturas de paredes muito delgadas, que facilitam a troca do gás carbônico do sangue pelo oxigênio do ar inspirado.

Além de possibilitar a entrada e a saída de ar, a porção condutora exerce as importantes funções de limpar, umedecer e aquecer o ar inspirado, para proteger o delicado revestimento dos alvéolos pulmonares. A mucosa da parte condutora é revestida por um epitélio especializado, o epitélio respiratório.

Epitélio respiratório

A maior parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado pseudoestratificado colunar com muitas células caliciformes, denominado epitélio respiratório.

Mostra os componentes do epitélio respiratório (pseudoestratificado ciliado com células caliciformes). Junqueira & Carneiro, Histologia Básica, Texto e Atlas – 12º edição.


 Fossas Nasais

As fossas nasais são histologicamente divididas em três regiões: a área vestibular, área respiratória e a área olfatória. Em virtude disso, as fossas são revestidas por mucosa em diferentes regiões.
A área vestibular é uma região anterior das fossas nasais a qual aquece, lubrifica e comunica as vias respiratórias com o meio externo. Nesta região a mucosa de revestimento é formada pelo epitélio estratificado pavimentoso e uma lâmina própria rica em fibras colágenas conferindo grande resistência.
A área respiratória corresponde a maior parte das fossas nasais revestida por uma mucosa contendo epitélio tipo respiratório, o epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. A produção de muco e o batimento ciliar são responsáveis pela eliminação de impurezas e lubrificação das vias respiratórias.
A área olfatória apresenta-se revestida por um epitélio especializado na captação de estímulos olfativos. O epitélio que reveste esta mucosa contém células nervosas (neurônios bipolares) interpostos com células cilíndricas ciliadas e arredondadas basais.


O septo nasal é uma região de cartilagem hialina que sustenta as fossas nasais e divide em dois compartimentos simetricamente semelhantes.

1- Cartilagem hialina do septo nasal

Seios Paranasais
Os seios paranasais são cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmóide e esfenóide revestidas por epitélio respiratório do tipo pseudo-estratificado cilíndrico ciliado, contínuo com o epitélio que reveste as cavidades nasais. Os seios apresentam um mecanismo de drenagem chamado de clareamento ciliar, que tem por função levar as secreções até a cavidade nasal, através dos óstios.




Nasofaringe

É a primeira parte da faringe, continuando caudalmente com a orofaringe, porção oral desse órgão. A nasofaringe, que é separada incompletamente da orofaringe pelo palato mole, é revestida por epitélio respiratório tipo pseudoestratificado cilíndrico ciliado. Na orofaringe o epitélio é estratificado pavimentoso.

http://www.telmeds.org/atlas/embriologia/desarrollo-embrionario/cara-y-cuello/segundo-arco-faringeo-y-cartilago-de-reichert/

Figura 1a. Corte histológico de tonsila faríngea revestida por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes - HE. Aumento de 200 vezes.
Figura 1b. Corte histológico de tonsila faríngea revestida por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado - HE. Aumento de 200 vezes.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000500002




Laringe

É um tubo de forma irregular que une a faringe à traquéia. Suas paredes contêm cartilagens irregulares que tem por função garantir a livre passagem do ar. As cartilagens maiores entre elas a tireóide, cricóidea e aritenóidea são do tipo hialino e as demais são do tipo elástico. A epiglote é um prolongamento que se estende da laringe na direção da faringe.

A mucosa forma dois pares de pregas vestibulares. O primeiro par, superior, constitui as falsas cordas vocais (ou pregas vestibulares); o segundo par, inferior, constitui as cordas vocais verdadeiras, que apresentam tecido conjuntivo muito elástico.

O epitélio é do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado. Nas demais regiões é do tipo respiratório, com presença de cílios. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e contém pequenas glândulas mistas. 

 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-68912013000200010&script=sci_arttext

http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm

http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm

http://www2.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/laringe/fonacao.htm

Traqueia

A traqueia é uma continuação da laringe e termina ramificando-se nos dois brônquios principais. É um tubo revestido internamente por epitélio do tipo respiratório. A lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas e contém glândulas serosas e mucosas.

A secreção forma um tubo viscoso, que é levado em direção à faringe pelos batimentos ciliares, para remover partículas de pó que entram com o ar inspirado. Além da barreira de muco, as vias respiratórias apresentam outro sistema de defesa representado pela barreira linfocitária.

A traqueia apresenta um número variável (16 a 20) de cartilagens hialinas, em forma de C, cujas extremidades livres estão voltadas para o lado posterior. Ligamentos fibroelásticos e feixes de músculo liso prendem-se ao pericôndrio e unem às porções abertas das peças cartilaginosas em forma de C. A traqueia é revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo constituindo a camada adventícia.


Ep: epitélio, TC:Tecido Conjuntivo,C:condrócitos,Ms:matriz,P:pericôndrio
http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm

http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm

http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/traqueia-38a11.htm



Brônquios
A estrutura dos brônquios primários é idêntica à da traqueia, exceto em que o diâmetro dos brônquios é menor e sua parede é mais delgada. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Segue-se à mucosa uma camada muscular lisa, formada por feixes musculares dispostos em espiral que circundam completamente o brônquio.

As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo contendo grande quantidade de fibras elásticas. A camada adventícia, continua com as fibras conjuntivas do tecido pulmonar adjacente. Tanto na adventícia como na mucosa são frequentes os acúmulos de linfócitos. 




Bronquíolos
Os bronquíolos não possuem cartilagem em sua parede, têm menos de 1 mm de diâmetro e possuem células de Clara em seu revestimento epitelial. O epitélio, nas porções iniciais é cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. As células caliciformes diminuem em número, podendo mesmo faltar completamente.


Bronquíolos Terminais
São as últimas porções da árvore brônquica. Têm estrutura semelhante à dos bronquíolos, tendo uma parede mais delgada que é revestida internamente por epitélio colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas. Sua delgada lâmina própria possui tecido conjuntivo fibroelástico e é envolvida por uma ou duas camadas de células musculares lisas.

Bronquíolos Respiratórios
            Formam a transição entre a porção condutora e respiratória possuindo numerosas expansões constituídas por alvéolos, onde ocorrem trocas de gases.

Ductos alveolares
            São arranjos lineares de alvéolos. São revestidos por epitélio simples plano cujas células são extremamente delgadas. Nas bordas dos alvéolos, a lâmina própria apresenta feixes de músculo liso. Os ductos alveolares mais distais não apresentam músculo liso. Terminam em uma bolsa em fundo cego com dois ou mais pequenos grupos de alvéolos, cada grupo sendo denominado saco alveolar.




Alvéolo
            Constituem as últimas porções da árvore brônquica, sendo os responsáveis pela estrutura esponjosa do parênquima pulmonar. A parede interalveolar é formada por três tipos celulares principais: células endoteliais dos capilares, pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:




GARTNER, L. P. & HYATT. Tratado de Histologia em Cores. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

JUNQUEIRA, L. C. U. Histologia Básica - 12ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.


Nenhum comentário:

Postar um comentário